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22/11/2021 as 07:53:18 | por CPB |

Convertam o seu coração

“De lá, vocês buscarão o Senhor, seu Deus, e O acharão, quando O buscarem de todo o coração e de toda a sua alma”

Fotografo: CPB
...
Convertam o seu coração
Lição 9
20 a 26 de novembro
 
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Rm 14-16
 
VERSO PARA MEMORIZAR: “De lá, vocês buscarão o Senhor, seu Deus, e O acharão, quando O buscarem de todo o coração e de toda a sua alma” (Dt 4:29).
 
LEITURAS DA SEMANA: Dt 5:22-29; 4:25-31; 30:1-10; Mt 3:1-8; Mc 1:15; At 2:37, 38
 
Todos somos pecadores. Isso é fato. Às vezes, ouve-se algum “estudioso” queixar-se da ideia cristã da corrupção humana, mas basta ler as notícias de um dia ou mais ou fazer um rápido levantamento da história humana, e a veracidade dessa doutrina cristã se torna aparente.
 
Ou, ainda mais fácil, basta se olhar no espelho. Quem tiver a coragem de examinar a fundo o próprio coração (que pode ser um lugar assustador) confirmará a veracidade de Romanos 3:9-23, que termina com as palavras: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3:23).
 
As boas-novas estão no verso seguinte: “justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:24). Algo crucial para essa boa notícia é o arrependimento: reconhecer nosso pecado, lamentar por ele, pedir perdão a Deus e, finalmente, afastar-se dele. Porque somos pecadores, o arrependimento deve ser a parte central da nossa existência cristã. Nesta semana, veremos a ideia de arrependimento expressa em Deuteronômio.
 
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Domingo, 21 de novembro
Ano Bíblico: 1Co 1-4
Mi-yitten (Quem dará?)
 
O hebraico bíblico, como a maioria dos idiomas, é repleto de expressões idiomáticas, que são palavras que assumem significado diferente do seu sentido original. Uma expressão idiomática do AT é Mi-yitten. Mi é a pergunta “quem?” e yitten significa “dará”. Então, literalmente, Mi-yitten quer dizer “Quem dará?”.
 
No AT, porém, a expressão revela um desejo, um anseio ou algo que se queira muito.
 
Por exemplo, após terem deixado o Egito, os filhos de Israel, enfrentando desafios no deserto, exclamaram: “Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito!” (Êx 16:3). “Quem nos dera” é aqui uma expressão idiomática advinda de mi-yitten. No Salmo 14:7 Davi declarou: “Quem dera que de Sião viesse já a salvação de Israel!” Jó 6:8 afirma: “Quem dera que se cumprisse o meu pedido”. Novamente, “quem dera”, nesses versos, vêm do hebraico mi-yitten.
 
1. Leia Deuteronômio 5:22-29 e observe especialmente o verso 29. A palavra traduzida como “quem dera” se origina também da expressão mi- yitten. O que se subentende desse fato?
 
Eis o Senhor – o Deus Criador, Aquele que fez o espaço, o tempo e a matéria, que falou e o mundo veio à existência, que soprou em Adão o fôlego da vida – pronunciando a frase “quem dera”, geralmente associada às fraquezas e limitações da humanidade. Que exemplo da realidade do livre-arbítrio! Percebemos que há limites para o que Deus pode fazer em meio ao grande conflito. O uso de mi-yitten revela que nem mesmo Deus pode passar por cima do livre-arbítrio, pois, se o fizer, a ação não pode mais ser considerada livre.
 
E, assim como nós, humanos, somos livres para pecar, também somos livres para escolher o Senhor e estar abertos à Sua liderança a fim de que, em resposta ao toque do Seu Espírito, possamos nos arrepender de nossos pecados e segui-Lo. A escolha é nossa, e apenas nossa, e é uma escolha que devemos fazer dia a dia, momento a momento.
 
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Quais são algumas escolhas que você enfrentará nas próximas horas ou dias? Como você pode aprender a entregar sua vontade a Deus para que, com Seu poder, faça as escolhas certas?

Segunda-feira, 22 de novembro
Ano Bíblico: 1Co 5-7
Vocês Me buscarão e Me acharão
 
Na Bíblia, temos evidências da presciência de Deus. Ele sabe o que vai acontecer, seja a ascensão e queda de impérios mundiais (Dn 7) ou ações individuais, antes de ocorrerem (Mt 26:34). O Senhor conhece o fim desde o início. Esse conhecimento, mesmo de nossas escolhas livres, não tem influência sobre a liberdade dessas escolhas.
 
Assim, o Senhor sabia, mesmo antes de conduzir os filhos de Israel para a terra prometida, o que eles fariam quando estivessem ali.
 
2. Leia Deuteronômio 4:25-28. O que o Senhor disse que eles fariam depois de entrar na terra que lhes foi prometida?
 
Nos versos anteriores aos citados acima, o Senhor disse aos israelitas especificamente que não fizessem ídolos nem os adorassem (Dt 4:15-20). Porém, nos versos seguintes é declarado que eles fariam exatamente isso, apesar de todas as advertências.
 
Em Deuteronômio 4:25, Moisés deixou claro que isso não aconteceria de imediato. Depois de tudo o que experimentaram, era pouco provável que caíssem em idolatria. No entanto, após uma geração ou mais, devido à tendência de esquecer o que o Senhor tinha feito por eles, e pela rejeição das Suas advertências (Dt 4:9), seriam levados a se opor à vontade de Deus.
 
3. Leia Deuteronômio 4:29-31. O que o Senhor disse que faria por eles nessa situação específica?
 
A graça é incrível. Mesmo depois de caírem na terrível idolatria e receberem as consequências dos pecados, se eles voltassem para o Senhor, Ele os perdoaria e os restauraria. Se escolhessem se arrepender, Ele os aceitaria.
 
Em Deuteronômio 4:30 temos a palavra veshavta, muitas vezes traduzida como “converter”, mas que significa “voltar”. Ou seja, eles estão voltando para o Senhor, de quem não deveriam ter se afastado. A palavra hebraica teshuvah, da mesma raiz de “voltar”, significa “arrepender-se”.
 
Portanto, o que está envolvido no arrependimento é um retorno a Deus depois de termos sido separados Dele pelos nossos pecados.
 
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Terça-feira, 23 de novembro
Ano Bíblico: 1Co 8-10
Teshuvah (retorno)
 
Em Deuteronômio um tema-chave se evidencia: obedeça e seja abençoado, desobedeça e sofra as consequências. Não é diferente no NT. “Não se enganem: de Deus não se zomba. Pois aquilo que a pessoa semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna” (Gl 6:7, 8).
 
Infelizmente, após a queda, o pecado parece tão fácil e natural quanto respirar. E, apesar das advertências e promessas – “Porque este mandamento que hoje lhes ordeno não é demasiadamente difícil, nem está longe de vocês” (Dt 30:11) –, muitos fizeram exatamente isso: caíram nos pecados sobre os quais Deus os havia advertido. Mesmo assim, o Senhor estava disposto a aceitá-los de volta se, de livre escolha, se arrependessem e voltassem para Ele.
 
4. Leia novamente Deuteronômio 30:1-10. O que o Senhor disse que faria por Seu povo, apesar do mal que cometeram? Sob que condição?
 
A ideia é simples e direta: se você errar, haverá consequências terríveis para você e sua família. Isso é o que o pecado faz. No entanto, mesmo assim, você pode se arrepender, e o Senhor o receberá de volta e o abençoará.
 
Numerosas vezes a mesma raiz hebraica para teshuvah aparece nesses versos. O texto diz: “e voltarem para o Senhor, seu Deus” (Dt 30:2); Deuteronômio 30:8 é com frequência traduzido assim: “De novo vocês darão ouvidos à voz do Senhor”. O texto poderia ser traduzido literalmente assim: “E você volta para o Senhor e obedece à Sua voz”. Em Deuteronômio 30:10, onde se lê “se vocês se converterem ao Senhor, seu Deus, de todo o coração e de toda a alma”, a palavra “converter” significa “voltar”.
 
Israel quebrou a aliança. Apesar disso, o Senhor não destruiu o povo, e se eles não quisessem que isso ocorresse, poderiam manifestar esse desejo por meio do arrependimento e obediência.
 
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Embora falem da nação como um todo, se colocadas em um contexto diferente, essas passagens podem refletir a realidade de que o verdadeiro arrependimento é central para os crentes que, às vezes, violam a aliança que fizeram com Deus?

Quarta-feira, 24 de novembro
Ano Bíblico: 1Co 11-13
De todo o seu coração
 
Deuteronômio 30:1-10 revela a graça e a bondade de Deus para com os apóstatas e pecadores, mesmo quando tinham sido abençoados por Deus de maneira singular: “Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que O invocamos?” (Dt 4:7). Apesar do que Deus fez por eles e de que não tinham justificativa para os pecados, eles pecaram (podemos nos identificar com isso?).
 
5. Em Deuteronômio 30:1-10, observe o que estava incluído no arrependimento, no retorno (teshuvah) a Deus. O que foi requerido e o que isso deve nos ensinar hoje sobre o que envolve o verdadeiro arrependimento?
 
No fim das contas, os israelitas precisaram fazer a escolha de retornar a Deus e de obedecer-Lhe de todo o coração. Em certo sentido, a questão era o coração deles; se o coração fosse justo diante de Deus, as ações também seriam, ou seja, o povo seria obediente.
 
Foi por isso que receberam a promessa maravilhosa de que, se voltassem para o Senhor sinceramente, Ele trabalharia neles e lhes circuncidaria o coração. Eles deviam fazer a escolha, em meio ao cativeiro, de voltar para Deus, e Ele os conduziria de volta para Si e para a terra, e ali na terra os abençoaria. Parte da bênção é que Ele trabalharia neles para mudar- lhes o coração ainda mais em Sua direção, de modo que amassem “o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração e de toda a sua alma, para que” pudessem viver.
 
No fim, atendendo às sugestões divinas (ver Atos 5:31), eles deviam se arrepender verdadeiramente de seus pecados. Embora lidando com um contexto histórico diferente, Ellen G. White escreveu: “O povo lamentava porque seus pecados tinham trazido sofrimento, e não por terem desonrado a Deus transgredindo Sua santa lei. O verdadeiro arrependimento é mais que tristeza pelo pecado: é uma decidida renúncia ao mal” (Patriarcas e Profetas, p. 557). Essa é uma verdade que podemos ver em Deuteronômio 30:1-10.
 
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Como podemos identificar a diferença entre lamentar as consequências dos nossos pecados, o que qualquer um pode fazer, e lamentar os próprios pecados? Por que essa distinção é tão importante?

Quinta-feira, 25 de novembro
Ano Bíblico: 1Co 14-16
Arrependimento e conversão
 
O NT está repleto do conceito de arrependimento. João Batista começou seu ministério com o chamado ao arrependimento.
 
6. Leia Mateus 3:1-8. Como a ideia de “retorno” aparece nesses versos? O que João Batista lhes disse que fizessem e que reflete o que está em Deuteronômio? Por que suas palavras também teriam relevância especial para os fariseus e saduceus?
 
Jesus também começou Seu ministério com apelos ao arrependimento.
 
7. Leia Marcos 1:15. O que Jesus disse, e por que Ele relacionou o arrependimento com o evangelho?
 
Quer seja João Batista falando para os líderes religiosos ou Jesus para a nação, a ideia é a mesma. Somos pecadores e, embora Cristo tenha vindo para salvar pecadores, devemos nos arrepender dos pecados. E esse arrependimento – seja de alguém afastado de Deus ou de um cristão fiel que cai em pecado ou de um novo converso – inclui o abandono dos antigos caminhos pecaminosos. Devemos reconhecer nossa pecaminosidade, expressar arrependimento pelos pecados (e não apenas pelas consequências deles), fazer a escolha consciente de abandoná-los, confiar totalmente nos méritos de Jesus e ouvir atentamente a voz do Senhor, nosso Deus (Dt 15:5).
 
Alguns estudiosos veem no NT ecos da ideia de arrependimento expressa em Deuteronômio. Por exemplo, quando Pedro acusou a nação de ter crucificado Jesus, vários “ficaram muito comovidos e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: ‘Que faremos, irmãos?’” (At 2:37). Ou seja, cientes de seu pecado, eles se arrependeram e quiseram saber o que deviam fazer para estar bem com o Deus a quem haviam ofendido.
 
Não ocorre a mesma situação conosco, consideramos que somos pecadores que ofenderam a Deus?
 
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Leia Atos 2:38. Como Pedro respondeu à pergunta deles, e como esse episódio revela o princípio por trás do verdadeiro arrependimento?

 

Sexta-feira, 26 de novembro
Ano Bíblico: 2Co 1-4
Estudo adicional
 
“A cada avanço na experiência cristã nosso arrependimento se aprofundará. Justamente àqueles a quem Deus perdoou e reconhece como Seu povo, diz Ele: ‘Então vocês se lembrarão dos seus maus caminhos e das suas ações que não foram boas, e terão nojo de vocês mesmos por causa das suas iniquidades e das suas abominações’ (Ez 36:31). Outra vez, diz: ‘Estabelecerei a Minha aliança com você, e você saberá que Eu sou o Senhor, para que você se lembre e fique envergonhada, e nunca mais abra a sua boca por causa da sua humilhação, quando Eu lhe houver perdoado tudo o que você fez, diz o Senhor Deus’ (Ez 16:62, 63). Então nossos lábios não se abrirão para nos gloriarmos. Saberemos que só em Cristo temos suficiência. Faremos nossa a confissão do apóstolo: ‘Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum’ (Rm 7:18). ‘Longe de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu estou crucificado para o mundo’ (Gl 6:14; Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 160, 161).
 
“‘A bondade de Deus é que leva você ao arrependimento’ (Rm 2:4). Uma cadeia dourada, a graça e a compaixão do amor divino são atadas ao redor de toda pessoa em perigo. O Senhor declara: ‘Com amor eterno Eu a amei; por isso, com bondade a atraí’” (Jr 31:3; Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 202).
 
Perguntas para consideração
 
1. Como evitar a armadilha de tornar o arrependimento meritório, como se o ato de se arrepender nos tornasse justos? Qual é a única forma de estar justo perante Deus?
 
2. Em Mateus 27:3-5, Judas lamentou o que fez a Jesus (afinal, ele se matou). Entretanto, por que suas atitudes não são consideradas verdadeiro arrependimento?
 
3. Como a realidade da pecaminosidade humana deve nos manter humildes diante dos outros (no sentido de não os julgarmos) e diante de Deus? Foi necessária a morte de Cristo na cruz para nos salvar. Esse fato nos mostra quanto o pecado é mau?
 
Respostas e atividades da semana: 1. Expressa o profundo desejo do Criador de que Seus filhos escolham segui- Lo. 2. Cairiam em idolatria. 3. Deus não os abandonaria e os salvaria. 4. Se dessem ouvidos à voz do Senhor, Ele os restauraria e abençoaria abundantemente. 5. Voltar-se para Deus de todo o coração e entregar-se totalmente a Ele. 6. No chamado ao arrependimento. Os saduceus e fariseus deviam produzir fruto digno de arrependimento. 7. Arrependam-se e creiam no evangelho, isto é, no sacrifício de Cristo. A morte de Cristo é o que nos livra dos pecados.
 
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Resumo da Lição 9
Convertam o seu coração
TEXTO-CHAVE: Dt 4:29
 
FOCO DO ESTUDO: Dt 30:1-10; 4:25-31; Mt 3:1-8; At 2:37, 38
 
ESBOÇO
 
Quando os israelitas estavam para entrar na terra prometida, Moisés profetizou que um dia, por causa da infidelidade, eles seriam “vomitados” da terra (compare com Lv 18:25, 28). A metáfora sugere, ou ensina, que o povo de Deus tem uma necessidade constante de arrependimento. Assim como a terra se arrependeria e devolveria seus habitantes, eles teriam que se arrepender para retornar à terra. A tentação de Israel ao se estabelecer na terra seria pensar que tinha chegado ao seu destino e não precisava mais ser cuidadoso. Pouco a pouco, poderia perder o contato com Deus e com as exigências de Sua lei. Assim, pensando que tinha chegado ao seu destino, o povo iria se aventurar fora das veredas antigas. Isso foi exatamente o que aconteceu com Israel, que foi enganado por seus falsos profetas, que lhe deram a ilusão de paz, “dizendo: ‘Paz, paz ’, quando não [havia] paz” (Jr 6:14). O profeta Jeremias exortou-os a acordar e se arrepender: “Perguntem pelas veredas antigas” (Jr 6:16). Há uma ironia na ideia bíblica de arrependimento: avançar significa voltar.
 
Temas da lição
 
Nesta lição, estudaremos a estrutura do arrependimento, “voltar para Deus”, um princípio importante do livro de Deuteronômio, que nos confronta com os seguintes temas:
 
• Buscar a Deus.
 
• Perdão de Deus.
 
• O retorno.
 
• O cumprimento da profecia.
 
COMENTÁRIO
 
No limiar da terra prometida, Moisés repetiu suas advertências. O fato de Deus ter levado Israel para lá não significava que permaneceriam na terra para sempre. Moisés viu os prováveis fracassos de Israel e, portanto, seus exilados no futuro, e desejou encorajá- los. Quando se extraviassem e se angustiassem, devido ao juízo, Israel deveria buscar seu Senhor, que então os perdoaria. Assim, retornariam à sua caminhada com Deus nas “veredas antigas”. O Senhor, então, os traria de volta à terra.
 
Buscando a Deus
 
Esse primeiro passo para as “veredas antigas” na direção de Deus se deu devido a uma situação de angústia. Quando o povo entendeu que estava numa situação desesperadora, resultado de sua infidelidade e idolatria, a única solução era voltar-se para Deus “de todo o coração” (Dt 4:29). Eles não deveriam ter medo de se voltar para Deus e confiar totalmente Nele. Por quê? Precisamente porque o Senhor estava pronto para recebê-los. O principal argumento de Moisés para convencer seu povo da prontidão divina em responder consistiu em descrever o pensamento profundo de Deus.
 
A expressão hebraica mi yitten, traduzida como “Quem dera” (NAA) é uma expressão idiomática, que significa literalmente “quem dera” (ou “quem fará acontecer”), que muitas vezes é usada para introduzir um desejo profundo, algum tipo de pergunta retórica para um resultado impossível. Deus desejava do fundo do coração que sempre tivessem tal disposição, e sempre O temessem (Dt 5:29). Ao revelar o desejo secreto de Deus, mostrando Sua boa disposição e, portanto, Seu amor por eles, Moisés encorajou o povo a buscar a Deus e se arrepender. O problema de Israel é que eles perceberam a gravidade de seu pecado e, portanto, temiam ir ao Juiz divino, que tinha acabado de esmagá-lo. O caso de Jó ilustra perfeitamente esse processo misterioso. Depois de ter reconhecido a mão pesada de Deus sobre ele, Jó fez uma incrível confissão de fé: “Ainda que Ele me mate, Nele esperarei” (Jó 13:15, ARC). Jó sabia que Deus era a única saída para sua condição trágica. Paradoxalmente, Jó fugiu de Deus para Deus. Moisés encorajou seu povo a fazer o mesmo.
 
Perguntas para discussão e reflexão: Que aspecto do caráter divino é revelado por meio da expressão idiomática mi yitten? O que a impossibilidade de esse desejo se tornar realidade lhe ensina sobre Deus? Qual é a condição que faz com que Israel se mova em busca do Senhor e por quê? O que significa buscar a Deus? Por que Israel precisava fazer isso?
 
Perdão de Deus
 
Israel seria perdoado, não por causa de seus méritos, mas por causa do caráter misericordioso de Deus. Não há razão que justifique o perdão divino. Ainda assim, Ele os perdoaria de maneira excepcional. Para provar esse ponto, Moisés lembrou ao povo como Deus o tinha poupado e como sobreviveu diante Dele, apesar de sua natureza pecaminosa (Dt 5:24, 25). No capítulo anterior, o profeta havia usado o mesmo raciocínio: “Algum povo ouviu a voz de algum deus [...] como vocês ouviram, e ficaram vivos?” (Dt 4:33). A convicção da graça divina ajudaria os israelitas a ousarem se aproximar de Deus, apesar da natureza pecaminosa do povo.
 
Reflita sobre esse relato verídico: Simon Wiesenthal, o caçador de nazistas, conta a história de seu encontro com um ex-oficial nazista que estava morrendo em um hospital. O nazista pediu perdão a Wiesenthal pelos horríveis crimes que havia cometido contra civis judeus, sem o qual, segundo ele, não poderia morrer em paz. Wiesenthal, que manteve silêncio durante todo o encontro, foi embora sem responder ao pedido do nazista. Wiesenthal concluiu a história com uma pergunta: “O que você teria feito?” (Simon Wiesenthal, The Sunflower, Londres: W. H. Allen, 1970).
 
Perguntas para reflexão: Era possível para Wiesenthal perdoar? “O que você teria feito?” Discuta a dimensão da graça no perdão da vítima. Por que o pecado só é perdoado quando é imperdoável?
 
O retorno
 
Observe que o movimento de retorno começou somente depois que Israel encontrou a Deus ou, melhor, depois que Deus lhe respondeu. O verbo hebraico shuv, “retornar”, consiste em ouvir a voz de Deus e obedecer aos Seus mandamentos (Dt 30:2, 8) e em “circuncidar”, ou mudar, o coração (Dt 10:16). Curiosamente, a raiz shuv combina os requisitos deixar o mal e voltar-se para Deus, a quem o povo encontraria novamente nas “veredas antigas”.
 
Esse movimento paralelo implica uma visão profunda: a melhor maneira de resistir ao mal é fazer o bem. Visto que Israel se mostrou incapaz de circuncidar seu coração, seria o próprio Deus que faria essa obra (Dt 30:6). Ele é quem muda o coração do Seu povo e, assim, cria as condições para que se volte para Ele, ouça a Sua voz e Lhe obedeça “de todo o seu coração e de toda a sua alma” (Dt 30:2). É esse arrependimento profundo e conversão total que traz alegria a Deus: “O Senhor voltará a Se alegrar em vocês, para lhes fazer bem, como Se alegrou nos pais de vocês” (Dt 30:9). Essas passagens de Deuteronômio inspiraram a mensagem de profetas posteriores de que o povo de Israel era incapaz de se arrepender por si mesmo (ver Jr 4:22; 13:23; Os 5:4; etc.).
 
Perguntas para discussão e reflexão: Por que era impossível que os israelitas mudassem seu próprio coração e realizassem eles próprios a circuncisão do seu coração? Com base em que Moisés poderia dizer que era impossível para Israel se arrepender? Se de fato Moisés pensava assim, por que ele os exortou ao arrependimento? A situação é diferente para os cristãos? Explique. Ao olhar para a história da igreja e para si mesmo, você acredita que os cristãos eram (são) mais capazes de se arrepender? Por quê?
 
O cumprimento da profecia
 
As promessas de Deuteronômio são profecias messiânicas que se referem à vinda de Jesus Cristo, a encarnação de Deus, que desceria para iniciar o movimento de arrependimento que traria a nova aliança ao coração do povo de Deus. Somente esse acontecimento permitiria o milagre da circuncisão do coração, como explica Paulo: “Nele também vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas pela remoção do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo” (Cl 2:11). Somente a cruz, que manifesta “o poder de Deus” (Cl 2:12), por meio da graça, tornaria possível o impossível. O desejo de Deus implícito na expressão idiomática mi yitten seria então realizado.
 
Perguntas para discussão e reflexão: Como essas promessas do livro de Deuteronômio se aplicam à primeira vinda de Jesus e/ou à Sua segunda vinda? Por que é necessário que o povo de Deus se arrependa antes da segunda vinda de Cristo? Como a ideia hebraica de arrependimento, que implica retorno às “veredas antigas”, retrata a noção de arrependimento do povo de Deus no tempo do fim? Considerando as lições de Deuteronômio, como será realizada a circuncisão do coração?
 
APLICAÇÃO PARA A VIDA
 
Teste o verdadeiro arrependimento. Pense na sua experiência de arrependimento. Quantas vezes você pediu perdão a alguém a quem você magoou e explicou os motivos por que se comportou mal? Quando diz “desculpe” você adiciona um “mas”, acusando a pessoa a quem feriu?
 
Teste sua busca por Deus. Reflita sobre a seguinte orientação pedagógica: Se você busca e não encontra, você não crê; se você não busca e encontra, não crê; você crê somente se buscar e encontrar. Como essa observação paradoxal se aplica à experiência de buscar e encontrar a Deus? Quanto de verdade há nisso? Por que algumas pessoas parecem encontrar a Deus enquanto O procuram, ao passo que outras parecem encontrá-Lo, embora não O tenham buscado?
 
Pratique o arrependimento
 
• Exercício de equipe: Encontre um parceiro (cônjuge, filho, filha ou amigo). Escolha um dia específico no calendário religioso (Natal, Páscoa, Ceia do Senhor, sábado). Nos sete dias anteriores a esse dia, registre suas falhas, seus arrependimentos e suas vitórias. No último dia, antes da hora marcada, informe seu parceiro. Tente ser o mais honesto possível e responda às seguintes perguntas: Como suas experiências de arrependimento mudaram você? Quantas vezes você repetiu o mesmo erro?
 
Exercício pessoal. Leia o Salmo 51, a oração de arrependimento de Davi, e então:
 
• Ore por misericórdia (Sl 51:1);
 
• Reconheça sua transgressão (Sl 51:3);
 
• Preste contas Àquele contra quem você pecou (Sl 51:4);
 
• Peça a Deus um novo coração (Sl 51:7-12).

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