O Dia Mundial da Hipertensão Arterial (17 de maio) reforça o combate a uma das doenças que mais mata no Brasil. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), doenças cardiovasculares representam a principal causa de mortes no País atualmente, com o "cardiômetro" estimando quase 150 mil mortes até aqui em 2022. Nesse cenário, a nutricionista Maíra Azevedo destaca a importância de usar a alimentação como estratégia de prevenção e defesa.
Como ela ressalta, o desequilíbrio no colesterol, sobrepeso, obesidade, consumo excessivo de álcool são fatores de risco para diversas doenças cardiovasculares e, além de estarem também relacionados ao descontrole de problemas crônicos como a hipertensão e diabetes, estão diretamente associados aos hábitos alimentares do paciente.
Alimentação na contramão
Contudo, as restrições da pandemia e outros impactos na economia das famílias brasileiras acabaram levando a dieta do brasileiro no sentido contrário. Um estudo recente constatou uma redução drástica no consumo de carnes, frutas, hortaliças, legumes e outros grupos. Em casos mais graves, a queda chegou a até 85%.
Como explica a nutricionista, quando associada à mudança no estilo de vida de jovens adultos - que envolve ainda um incremento no sedentarismo -, a substituição desses alimentos por ultra processados aumenta o risco. "Comidas prontas congeladas, macarrão instantâneo, temperos prontos, sopas instantâneas, molhos prontos, comidas enlatadas, carnes processadas etc. Esses alimentos são ricos em sódio e devem ser evitados", alerta.
O que não pode faltar?
Embora o controle de doenças crônicas como a hipertensão dependa de uma série de fatores, o equilíbrio da dieta é fundamental. "A alimentação tem relação direta tanto para o aparecimento do problema quanto para o tratamento, afinal o sódio é um dos principais causadores", pontua a nutricionista.
Como Maíra Azevedo ressalta, as recomendações diárias de sódio diária é de 2.000 mg por dia. Isso equivale a até 5 gramas de sal, que na maioria das vezes já estão distribuídos em alimentos industrializados consumidos no dia a dia. Diante disso, a especialista recomenda alguns alimentos que não pode faltar na dieta de pessoas que convivem com a hipertensão.
"Para o controle da hipertensão, é importante priorizar alimentos como temperos naturais, por exemplo, cebolinha, coentro, salsa, cebola, alho, orégano e manjericão. Também é importante consumir frutas, carnes magras, preferir peixes, frango e cortes magros de carnes vermelhas. Ingerir gorduras boas presentes em castanhas, amendoim, nozes, avelãs, azeite, grãos integrais como aveia, farinha de trigo integral, arroz integral e quinoa, legumes e verduras, leite e derivados", completa.
Por fim, Maíra Azevedo ressalta a importância do acompanhamento profissional para definir a melhor estratégia alimentar não apenas para manter os limites diários de nutrientes dentro dos valores saudáveis, mas também para ajudar na reeducação alimentar do paciente.